MORRE AOS 72 ANOS O CANTOR E COMPOSITOR MORAES MOREIRA!
Morreu na manhã desta segunda-feira, 13, no Rio de Janeiro, o cantor e compositor baiano Moraes Moreira.
De acordo com a assessoria do artista, Moraes Moreira estava em casa, no bairro da Gávea, e morreu por volta das 6h depois de sofrer um infarto agudo do miocárdio.
Aos 72 anos, mesmo com a saúde abalada por complicações do diabetes, como pressão alta, Moraes Moreira era puro entusiasmo. Segundo informações do jornal “O Globo”, ao qual havia concedido uma entrevista recentemente, o músico tinha 20 músicas inéditas e pretendia montar um show, neste ano, só com as novas canções.
Ainda segundo a publicação, Moreira queria ainda reunir em disco as vozes das mulheres que gravaram suas músicas, como Maria Bethânia, Gal Costa, Margareth Menezes e Elba Ramalho.
Ele também estava reunindo textos para um livro de cordel e poesias. Irritado por causa do isolamento forçado pelo coronavírus e pela impossibilidade de não poder fazer shows, chegou a compor um cordel que batizou de “Quarentena” publicado em suas redes sociais.
Nascido Antônio Carlos Moraes Pires, em 1947, na cidade de Ituaçu, na Bahia, Moraes Moreira aprendeu ainda na adolescência a tocar violão. Em Salvador, conheceu os amigos Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, com quem formou o grupo Novos Baianos, do qual fez parte entre 1969 e 1975 — e retornou duas vezes, em 1997 e em 2016, para shows especiais que renderam os discos ao vivo Infinito Circular e Acabou Chorare – Novos Baianos se Encontram. Habilidoso compositor, assinou faixas como Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, A Menina Dança e Preta Pretinha, entre muitas outras. Mostrou também uma rara facilidade em mesclar ritmos, do rock e do erudito ao frevo, baião e samba: salada rítmica que fez da banda uma das mais interessantes e elogiadas da história da música nacional.
Ao seguir carreira solo, Moreira continuou a entregar um trabalho primoroso e inovador, com populares faixas como Pombo Correio e Vassourinha Elétrica. É considerado o primeiro cantor de grande alcance a participar de um trio elétrico na Bahia, ao lado de Dodô e Osmar, pioneiros do formato de carros de rua que conduzem multidões nos carnavais baianos.